A seguinte farsa de folgar foi representada ao muito alto e mui poderoso rei D.
João, o terceiro do nome em Portugal, no seu Convento de Tomar, era do Senhor de
MDXXIII. O seu argumento é que porquanto duvidavam certos homens de bom
saber se o Autor fazia de si mesmo estas obras, ou se furtava de outros autores, lhe
deram este tema sobre que fizesse: segundo um exemplo comum que dizem: mais
quero asno que me leve que cavalo que me derrube. E sobre este motivo se fez esta
farsa.